O mundo fantástico de Wes Anderson

Sou fã confessa de Wes Anderson e seu estilo tão particular, que reúne elementos fantásticos a atuações divertidas. Seu novo longa, O Grande Hotel Budapeste, segue a receita, trazendo Ralf Fiennes como Gustave H., concièrge do hotel em questão, localizado em Zabrowka, país fictício localizado entre os antigos impérios russo e austro-húngaro. Fiennes tem como protegido e assistente o bell boy Zero, vivido por Tony Revolori, ator de apenas 17 anos, que estreou muito bem. É o segundo filme de época de Anderson, depois do fofo Moonrise Kingdom, ambientado nos anos 60.

Cenografia, figurinos e locações belíssimos recriam a época que antecedeu a primeira guerra mundial numa trama divertida que envolve disputa por uma grande herança, temporadas na prisão, confeiteiros, assassinos impiedosos e perfumes exagerados. E estão lá vários dos atores-fetiche de Anderson, como Bill Murray, Owen Wilson, Jason Schwartzman, Adrian Brody, Edward Norton e Tilda Swinton, além dos ótimos Tom Wilkinson, F. Murray Abraham, Harvey Keitel, Mathieu Amalric, Saoirse Ronan e Willem Dafoe.

Inspirado nas comédias dos anos 20 (principalmente as de Ernst Lubisch) e no livro “O Mundo que eu vi”, do austríaco Stefan Zweig (1881-1942), Anderson cria a imagem do escritor que ouve do agora idoso bell boy – que se tornaria dono do decadente hotel – o relato daqueles inacreditáveis eventos. Neste universo, personagens-relâmpago surgem a todo tempo, sempre trazendo elementos interessantes e surpreendentes para a narrativa. Uma delícia de filme e que, para completar, ainda tem um dos cartazes mais lindos que vi recentemente. Se alguém achar um deles por aí, lembrem-se de mim!

No player: Once in lifetime (Talking Heads)

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